sábado, 10 de julho de 2010

Histórico do Município de Valença

O atual território do município de Valença, por ocasião do descobrimento do Brasil, era habitado por indígenas tupiniquins, de índole pacífica. Quando D. João III, Rei de Portugal, em 1534, dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, aquela área ficou pertencente à capitania de Ilhéus, sob a jurisdição da Vila de Nossa senhora do Rosário de Cairu, local onde se fez o primeiro povoamento. Entre as pessoas que vieram povoar o território em apreço, ocupava lugar proeminente Sebastião de Pontes, homem rico e de prestígio que já possuía dois engenhos de açúcar no recôncavo da Bahia. Muitos moradores se estabeleceram nas terras banhadas pelo rio Una, com fazendas de cana e mantimentos. Além desses moradores civilizados, havia, também, na vizinhança do engenho, uma aldeia subordinada a Sebastião de Pontes. Era o Senhor Sebastião de Pontes homem honrado, porém de gênio arrebatado e violento, acostumado à luta armada, havendo tomado parte em expedições contra os indígenas. Não costumava transigir com quem o ofendesse ou o contrariasse. Aconteceu por esse tempo, provavelmente em 1573, aparecer um mascate no engenho de Sebastião de Pontes e a este fez ofensa de que resultou mandar açoitá-lo e a ferro quente marcá-lo numa das espáduas. Conta-se que este mascate, tempo depois, em Portugal, alcançou meio de apresentar-se ao rei quando este ia à missa, deixando cair à capa, única cobertura que levava sobre os ombros, mostrando-lhe o ferrete ignóbil e com muitas lágrimas implorou-lhe justiça. Foram imediatamente transmitidas ordens para a capital do Brasil, sobre a prisão e envio para Lisboa, de Sebastião de Pontes. Fez o governo real ir ao Morro de São Paulo num navio de guerra. Seu comandante visitou Pontes no engenho do Una e ardilosa e traiçoeiramente, convidou-o para uma visita ao navio. Sebastião de Pontes atraído para bordo, quando ali almoçava foi inteirado da verdade, metido a ferros e transportado para Lisboa. Recolhido à cadeia do Limoeiro, acabou seus dias. Desta maneira, desapareceu do Una o primeiro homem empreendedor que lhe deu prosperidade. Daí, invadida a região pelos índios aimorés, de índole bravia, diminuiu o progresso e ficou obstada por muito tempo a colonização do território de Valença. Anos depois, já no século XVIII, após sangrentas represálias aos aimorés pelos bandeirantes do paulista João Amaro Maciel Parente, reencontrou à localidade em fase de progresso, que justificou a proposta do ouvidor da Comarca de Ilhéus, Desembargador Baltazar da Silva Lisboa, para a criação de uma vila na povoação de Una. Aprovada a proposta do ouvidor, foi determinada, pela Carta Régia de 23 de janeiro de 1799, a criação da Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado do município de Cairu. Ocorreu sua instalação a 10 de junho do mesmo ano, com a presença do dito desembargador, que sugeriu a construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus. Uma vez concluída, tornou-se matriz da freguesia, em 26 de setembro de 1801. Nesta época começou a extração da madeira que se destinava a construção dos navios da armada real e a área desmatada foi sendo ocupada pelas atividades agrícolas, notadamente a mandioca , arroz de Veneza, café , pimenta do reino e canela. Aos poucos os habitantes das ilhas próximas que viviam em constantes enfrentamentos com os índios e não conseguiam plantar foram voltando para a área , cujo núcleo de povoação se estabelecera nas proximidades da capela de Nossa Senhora do Amparo. A denominação Valença foi atribuída, segundo reza a tradição popular, por estes novos moradores, para os quais a localidade representava a solução para os seus problemas, Terra da Valença, da salvação. Uma outra versão atribui a escolha deste nome ao conselheiro Baltazar da Silva Lisboa que na intenção de homenagear ao ministro Marques de Valença, elevou o povoado á categoria de vila, em 10 de junho de 1789, dando-lhe o título de Nova Valença. Em 23 de Janeiro de 1799 foi criados a vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado de Cairu. Neste mesmo ano começaram as obras de construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus, concluída em 1801 e transformada em matriz da freguesia. Por força da Resolução nº 368, de 10 de novembro de 1849, a sede municipal recebeu foro de cidade, sob a denominação de Industrial Cidade Valença. A maior cidade da Costa do Dendê é ao mesmo tempo, uma plácida cidade pesqueira e colonial do século XVI e um dinâmico pólo comercial e de serviços da região. Famosa por seus camarões. Valença conta com um cais do porto onde o casario tem a beleza de um cartão postal antigo, ofertando aos visitantes um rico patrimônio histórico que convive em harmonia com os barcos pitorescos que povoam o Rio Una, que divide a cidade. Três pontes interligam as duas partes da cidade. A região sofreu com a invasão holandesa na Bahia em 1624 e participou ativamente das lutas pela independência da Bahia. Quando abrigou a esquadra do Lord Cochrane, vindo para combater os portugueses em 1823. A atuação nessa luta, ao lado de Cachoeira e de Santo Amaro, foi tão notável que a cidade recebeu o título de “ a decidida “ como no hino da cidade fala. Na 2ª guerra Mundial, Valença também entrou em cena, quando submarinos alemães bombardearam os navios Itajiba e Irará, na sua costa. Os passageiros foram salvos pelo saveiro Araripe e os feridos levados para o hospital que funcionava improvisadamente no Prédio do Sindicato dos trabalhadores da Industria de Fiação e Tecelagem de Valença, antiga Recreativa , prédio de planta francesa e arquitetura neoclássica.. Este mesmo prédio foi o primeiro banco de sangue desta região, fato ocorrido em agosto de 1942.Por este gesto, Valença recebeu o título de “ a hospitaleira”. Decidida, pacifica e hospitaleira, Valença reúne hoje os principais estaleiros da Bahia, onde são construídos barcos, saveiros, veleiros, escunas e até caravelas, como a replica da nau Nina, da pequena frota de Cristóvão Colombo, que foi feita especialmente para o filme: 1492: A conquista do Paraíso, de Ridley Scott. Valença teve destaque, também, no episódio da independência do Brasil, quando obrigou a esquadra de Lord Cochrane que viera combater os Portugueses. Juntamente com Cachoeira e Santo Amaro, Valença resistiu aos ataques lusitanos ficando conhecida como "A Decidida".



sexta-feira, 9 de julho de 2010

Augusto Frederico de Lacerda



Nasceu Augusto Frederico de Lacerda em Valença 14 de Março de 1836, quando esta ainda era vila. Foi o primeiro engenheiro da Bahia, tendo se formado nos Estados Unidos em 1856. Dentre os seus trabalhos destacam-se o Elevador Lacerda, uma das principais atrações Turísticas da capital da Bahia, alem da instalação da linha de bonde urbano que ligava o Farol da Barra ao centro da capital baiana.

Usina do Candengo



1° Rede Hidráulica e instalação do 1° gerador movido pela força da água (Usina do Candengo) no Estado da Bahia, em 1906 e vindo a funcionar em 1922.

Fabrica Nossa Senhora do Amparo




Fabrica Nossa Senhora do Amparo, foi fundada por Bernardino de Sena Madureira, em 1859 e, inaugurada no ano de 1860.

Fábrica Todos os Santos




1844. Inicia-se em Valença, a construção de uma fábrica de tecidos, que viria a ser denominada “Todos os Santos”, por ter sido inaugurada em 01 de Novembro de 1847. A primeira a fabricar tecidos finos no Brasil.

A Igreja Matriz do Santíssimo Coração de Jesus



A Igreja Matriz do Santíssimo Coração de Jesus foi inaugurada em 26 de Setembro de 1801, no lugar em que havia uma casa de orações de madeira e barro (taipa).

Igreja de Nossa Senhora do Amparo



Datada de 1757 foi erguida a pedido do Comendador Madureira e dedicada à padroeira dos operários.

Na 2ª guerra Mundial, Valença também entrou em cena, quando submarinos alemães bombardearam os navios Itajiba e Irará, na sua costa. Os passageiros foram salvos pelo saveiro Araripe e os feridos levados para o hospital que funcionava improvisadamente no Prédio do Sindicato dos trabalhadores da Industria de Fiação e Tecelagem de Valença.


Prédio do Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Fiação e Tecelagem de Valença, antiga Recreativa, prédio de planta francesa e arquitetura neoclássica. Este mesmo prédio foi o primeiro banco de sangue do estado, durante a 2° guerra mundial fato ocorrido em 1942.

Bem-vindos ao passado



O Paço municipal de Valença é um belo palacete construído em 1849, pelo Capitão-Mor Bernardino de Sena Madureira (Comendador Madureira), um dos proprietários da Fábrica de tecido Nossa Senhora do Amparo, para a residência de sua família.

Em 22 de Janeiro de 1860 este palacete recebeu a visita do Imperador D.Pedro II, registrado em Livro de Ouro.